Abro aqui um espaço para outro autor como forma de exercer minha responsabilidade social!
Quando nasci, meu avô parabenizou meu pai por ter tido um filho homem. E agradeceu à minha mãe por ter dado ao meu pai um filho homem. Recebi o nome do meu avô.
Quando eu era criança, eu podia brincar de LEGO, porque "Lego é coisa de menino", e isso fez com que minha criatividade e capacidade de resolver problemas fossem estimuladas.
Ganhei lava-jatos e postos de gasolina montáveis da HotWheels. Também ganhei uma caixa de ferramentas de plástico, para montar e desmontar carrinhos e caminhões. Isso também estimulava minha criatividade e desenvolvia meu raciocínio, o que é bom para toda criança.
Na minha época de escola, as meninas usavam saias e meus amigos levantavam suas saias. Dava uma confusão! E então elas foram proibidas de usar saias. Mas eu nunca vi nenhum menino sendo realmente punido por fazer isso, afinal de contas "Homem é assim mesmo! Puxou o pai esse danadinho" - era o que eu ouvia.
Em casa, com meus primos, eu gostava de brincar de casinha com uma priminha. Nós tínhamos por volta de 8 anos. Eu era o papai, ela era a mamãe e as bonecas eram nossas filhinhas. Na brincadeira, quando eu carregava a boneca no colo, minha mãe não deixava: "Larga a boneca, Juninho, é coisa de menina". E o pai da minha priminha, quando via que estávamos brincando juntos, de casinha, não deixava. Dizia que menino tem que brincar com menino e menina com menina, porque "menino é muito estúpido e, principalmente, pra frente". Eu não me achava estúpido e também não entendia o que ele queria dizer com "pra frente", mas obedecia.
No natal, minha irmã ganhou uma Barbie e eu uma beyblade. Ela chorou um pouco porque o meu brinquedo era muito mais legal que o dela, mas mamãe todo ano repetia a gafe e comprava para ela uma boneca, um fogãozinho, uma geladeira cor-de-rosa, uma batedeira, um ferro de passar.
Quando fiz 15 anos e comecei a namorar, meu pai me comprou algumas camisinhas.
Na adolescência, ninguém me criticava quando eu ficava com várias meninas.
Atualmente continua assim.
Meu pai não briga comigo quando passo a noite fora. Não fica dizendo que tenho que ser um "rapaz de família". Ele nunca me deu um tapa na cara desconfiado de que passei a noite em um motel.
Ninguém fica me dando sermão dizendo que eu tenho que ser reservado e me fazer de difícil.
Ninguém me julga mal quando quero ficar com uma mulher e tomo a iniciativa.
Ninguém fica regulando minhas roupas, dizendo que eu tenho que me cuidar.
Ninguém fica repetindo que eu tenho que me cuidar porque "mulher só pensa em sexo".
Ninguém acha que minhas namoradas só estavam comigo para conseguir sexo.
Ninguém pensa que, ao transar, estou me submetendo à vontade da minha parceira.
Ninguém demoniza meus orgasmos.
Nunca fui julgado por carregar camisinha na mochila e na carteira.
Nunca tive que esconder minhas camisinhas dos meus pais.
Nunca me disseram para me casar virgem por ser homem.
Nunca ficaram repetindo para mim que "Homem tem que se valorizar" ou "se dar ao respeito". Aparentemente, meu sexo já faz com que eu tenha respeito.
Quando saio na rua ninguém me chama de "delícia".
Nenhuma desconhecida enche a boca e me chama de “gostoso” de forma agressiva.
Eu posso andar na rua tomando um sorvete tranquilamente, porque sei que não vou ouvir nada como “Larga esse sorvete e vem me chupar”. Eu posso até andar na rua comendo uma banana.
Nunca tive que atravessar a rua, mesmo que lá estivesse batendo um sol infernal, para desviar de um grupo de mulheres num bar, que provavelmente vão me cantar quando eu passar, me deixando envergonhado.
Nunca tive que fazer caminhada de moletom porque meu short deixa minhas pernas de fora e isso pode ser perigoso.
Nunca ouvi alguém me chamando de “Desavergonhado” porque saí sem camisa.
Ninguém tenta regular minhas roupas de malhar.
Ninguém tenta regular minhas roupas.
Eu nunca fui seguido por uma mulher em um carro enquanto voltava para casa a pé.
Eu posso pegar o metrô lotado todos os dias com a certeza que nenhuma mulher vai ficar se esfregando em mim, para filmar e lançar depois em algum site de putaria.
Nunca precisaram criar vagões exclusivamente para homens em nenhuma cidade que conheço.
Nunca ouvi falar que alguém do meu sexo foi estuprado por uma multidão.
Eu posso pegar ônibus sozinho de madrugada.
Quando não estou carregando nada de valor, não continuo com medo pelo risco ser estuprado a qualquer momento, em qualquer esquina. Esse risco não existe na cabeça das pessoas do meu sexo.
Quando saio à noite, posso usar a roupa que quiser.
Se eu sofrer algum tipo de violência, ninguém me culpa porque eu estava bêbado ou por causa das minhas roupas.
Se, algum dia, eu fosse estuprado, ninguém iria dizer que a culpa era minha, que eu estava em um lugar inadequado, que eu estava com a roupa indecente. Ninguém tentaria justificar o ato do estuprador com base no meu comportamento. Eu serei tratado como VÍTIMA e só.
Ninguém me acha vulgar quando faz frio e meu “farol” fica “aceso”.
Quando transo com uma mulher logo no primeiro encontro sou praticamente aplaudido de pé. Ninguém me chama de “vagabundo”, “fácil”, “puto” ou “vadio” por fazer sexo casual às vezes.
99% dos sites de pornografia são feitos para agradar a mim e aos homens em geral.
Ninguém fica chocado quando eu digo que assisto pornôs.
Ninguém nunca vai me julgar se eu disser que adoro sexo.
Ninguém nunca vai me julgar se me ver lendo literatura erótica.
Ninguém fica chocado se eu disser que me masturbo.
Nenhuma sogra vai dizer para a filha não se casar comigo porque não sou virgem.
Ninguém me critica por investir na minha vida profissional.
Quando ocupo o mesmo cargo que uma mulher em uma empresa, meu salário nunca é menor que o dela.
Se sou promovido, ninguém faz fofoca dizendo que dormi com minha chefe. As pessoas acreditam no meu mérito.
Se tenho que viajar a trabalho e deixar meus filhos apenas com a mãe por alguns dias, ninguém me chama de irresponsável.
Ninguém acha anormal se, aos 30 anos, eu ainda não tiver filhos.
Ninguém palpita sobre minha orientação sexual por causa do tamanho do meu cabelo.
Quando meus cabelos começarem a ficar grisalhos, vão achar sexy e ninguém vai me chamar de desleixado.
A sociedade não encara minha virgindade como um troféu.
90% das vagas do serviço militar são destinadas às pessoas do meu sexo. Mesmo quando se trata de cargos de alto escalão, em que o oficial só mexe com papelada e gerência.
Se eu sair com uma determinada roupa ninguém vai dizer “Esse aí tá pedindo”.
Se eu estiver em um baile funk e uma mulher fizer sexo oral em mim, não sou eu quem sou ofendido. Ninguém me chama de "vagabundo" e nem diz "depois fica postando frases de amor no Facebook".
Se vazar um vídeo em que eu esteja transando com uma mulher em público, ninguém vai me xingar, criticar, apedrejar. Não serei o piranha, o vadio, o sem valor, o vagabundo, o cachorro. Estarei apenas sendo homem. Cumprindo meu papel de macho alpha perante a sociedade.
Se eu levar uma vida putona, mas depois me apaixonar por uma mulher só, as pessoas acham lindo. Ninguém me julga pelo meu passado.
Ninguém diz que é falta de higiene se eu não me depilar.
Ninguém me julgaria por ser pai solteiro. Pelo contrário, eu seria visto como um herói.
Nunca serei proibido de ocupar um cargo alto na Igreja Católica por ser homem.
Nunca apanhei por ser homem.
Nunca fui obrigado a cuidar das tarefas da casa por ser homem.
Nunca me obrigaram a aprender a cozinhar por ser homem.
Ninguém diz que meu lugar é na cozinha por ser homem.
Ninguém diz que não posso falar palavrão por ser homem.
Ninguém diz que não posso beber por ser homem.
Ninguém olha feio para o meu prato se eu colocar muita comida.
Ninguém justifica meu mau humor falando dos meus hormônios.
Nunca fizeram piadas que subjugam minha inteligência por ser homem.
Quando cometo alguma gafe no trânsito ninguém diz “Tinha que ser homem mesmo!”
Quando sou simpático com uma mulher, ela não deduz que “estou dando mole”.
Se eu fizer uma tatuagem, ninguém vai dizer que sou um “puto”.
Ninguém acha que meu corpo serve exclusivamente para dar prazer ao sexo oposto.
Ninguém acha que terei de ser submisso a uma futura esposa.
Nunca fui julgado por beber cerveja em uma roda onde eu era o único homem.
Nunca me encaixo como público-alvo nas propagandas de produtos de limpeza.
Sempre me encaixo como público-alvo nas propagandas de cerveja.
Nunca me perguntaram se minha namorada me deixa cortar o cabelo. Eu corto quando quero e as pessoas entendem isso.
Não há um trote na USP que promove minha humilhação e objetificação.
A sociedade não separa as pessoas do meu sexo em “para casar” e “para putaria”.
Quando eu digo “Não” ninguém acha que estou fazendo charme. Não é não.
Não preciso regrar minhas roupas para evitar que uma mulher peque ou caia em tentação.
As pessoas do meu sexo não foram estupradas a cada 40 minutos em SP no ano passado.
As pessoas do meu sexo não são estupradas a cada 12 segundos no Brasil.
As pessoas do meu sexo não são estupradas por uma multidão nas manifestações do Egito.
Não sou homem. Mas, se você é, é fundamental admitir que a sociedade INTEIRA precisa do Feminismo.
Não minimize uma dor que você não conhece.
Autora do texto: Camila Oliveira Dias
.......................
Borges C. (Toca de Lobo)
O Contador de Contos
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A Mansão dos Lord
As Grutas de Spar
Reúno aqui não apenas o que escrevo. Se leio algo interessante, e o autor permite, exponho neste espaço. Divulgo itens diversos, apenas o que me agrada, por vezes comentando! Visitante, seja bem vindo! Registre sua visita se possível acrescentando seus comentários.
sábado, 5 de abril de 2014
domingo, 9 de março de 2014
A Mulher de Ontem
Ontem foi o dia internacional da mulher. Vi de tudo. Em
especial homenagem de arrependidos. Vi tentativas de homenagens, algumas soando
falso. Seri que a mulher deve ocupar todos os espaços, mas não vi como
politicamente correta a homenagem da TV Globo. Ao invés de dar folga as suas
profissionais as escalaram para fazer horas extras (será que remuneradas?) em
toda programação do dia.
O dia da mulher não deveria ser ontem, nem amanhã. O dia da
mulher tem que ser hoje, agora e é urgente. No século XXI ainda existem
descriminações, salários menores para as mesmas funções, violência doméstica e
escravidões diversas.
Embora já não exista nas grandes cidades brasileiras a
mulher de ontem, essa não é uma realidade nacional. Nossa sociedade se mostra
acomodada neste (como em tantos outros) aspecto. No interior do país se lava
honra (masculina) com sangue!
Mesmo nas grandes cidades se a mulher recorrer a uma
delegacia não especializada é comum ela ser considerada a protagonista de dissabores
experimentados. É comum o policial perguntar o que ela fez para que o ato
reclamado acontecesse. Parece que quando o notificante é mulher o policial pode
julgar se ela deu causa aos dissabores, mesmo em caso de estupro. O que é pior,
nem encaminha a vítima para exame de corpo de delito se julgar, por sua própria
consciência, que ela provocou a agressão.
Mas nada é pior, nada mesmo, do que o corriqueiro assédio no
trabalho. Homens de bem, com condutas ilibada, incapazes de pecar ou cometerem
delitos – segundo sua própria consciência ou conforme seu exclusivo espelho –
não enxergam qualquer ilicitude em abordar suas subordinadas ou mesmo colegas
de trabalho, constrangendo-as. Até muitas delas acham isso comum e que cabe a
elas saberem sair pela tangente evitando tais iniciativas.
Incapazes de se colocar – ou colocar sua filha – no lugar
daquela mulher assediada eles seguem impunes, pois difícil provar tais
comportamentos e, como sabemos, a palavra de uma faxineira ou auxiliar
administrativa valerá muito pouco contra o diretor de uma multinacional e o ato
será visto (por machistas) como tentativa de chantagem.
Realmente são controversos episódios que envolvam
personalidades e mulheres que ingressam em seus quartos em hotéis. Mas a
pergunta que normalmente surge é: “Entrou por que, para que?”.
Será que entrar no quarto de hotel onde está hospedada uma
personalidade autoriza a ela estuprar sua visitante? Claro que não. A mulher
pode ter ido buscar um simples autógrafo. O que deve ser observado no caso de
abuso sexual de qualquer forma são as demais provas que possam ser avaliadas,
mesmo seguindo a recomendação que dita: “in dubio pro reu”.
Assim deve ser
sempre. Na dúvida decida-se pelo que for mais favorável ao réu. Meu pai já
dizia que é melhor um jurista deixar de condenar cem culpados do que
arriscar-se a condenar um inocente. Só que essa máxima não pode permitir ao
julgador deixar-se influenciar pelo seu próprio espelho. Ele deve utilizar a
visão imparcial recomendada pelo colocar-se no lugar dos agentes da melhor
forma possível. Assim se sua própria imagem não der margem a uma reflexão
isenta deve usar suas filhas ou outras mulheres que lhe sejam caras.
As homenagens de ontem, Dia Internacional da Mulher, não
podem ficar mais uma vez no ontem. Façamos o futuro sempre pensando que ele é a
herança que deixaremos a nossos descendentes.
....................... Borges C. (Toca de Lobo)
O Contador de Contos
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As Grutas de Spar
sexta-feira, 7 de março de 2014
Cordeiro de Deus que...
Luiz Flávio Gomes publicou no site Jus Brasil um texto sobre o furto praticado pelo Papa.
Isso mesmo. O texto explica melhor do que eu seria capaz de fazê-lo. Não deixe
de ler!
Mas aproveite ao ler para fazer uma autocrítica. Em especial antes de
apontar o erro alheio. Triste natureza humana que cometendo erros só são
capazes de perceber os erros dos que nos cercam.
Aproveitando, se você não é viciado, não use drogas, vamos parar de financiar
o crime, vamos dar uma chance aos nossos descendentes de viver num mundo um
pouco mais seguro que o nosso.
.......................
Borges C. (Toca de Lobo)
O Contador de Contos
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As Grutas de Spar
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
As Diferenças
Na vida muitas vezes preferimos
não perceber as diferenças que vão nos deixar desconfortáveis e incomodados.
Essa sensação nos fará, como de hábito, buscar soluções e mudar nossas
prioridades.
Você já percebeu quantos anos seu
filho(a) realmente tem? Já se assustou ao perceber os traços de amadurecimento
nos momentos mais inoportunos? Como reagiu ao saber que sua filha(o) está
namorando? Com que idade seu filho(a) passou a ir sozinho para escola? Qual foi
sua sensação? Quando você achou que ele(a) estava pronto para ir até a padaria?
Quando ele(a) andou em transporte público realmente sem acompanhante? Ou no
shopping? No mercado? Ao centro da cidade?
Como você reage ao perceber que
seu filho(a) deseja muito alguma coisa? E se for cara, você apela para o
financiamento?
Quando seu filho(a) levou as
primeiras pancadas da vida? E as dores do amor? Como você reagiu? Você já
discordou de seu cônjuge sobre a criação dos seus filhos? Como você segura seu
filho adolescente quando ele quer agir como adulto? Se o namorado(a) maltratar
seu filho(a) o que você gostaria de fazer? O que realmente faz? Com que idade
você acredita que pode deixar seu filho(a) decidir sua própria vida, passeios,
horários? Quando não está na escola seu filho tem alguma atividade laborativa
para se sustentar? O que ele faz nestas horas?
Nas suas respostas estão as
diferenças que não querem calar e precisam ser mudadas.
Um menor de rua, problema que nos
apoquenta ao ponto de acreditarmos que a idade penal deve ser mudada, pode
estar nas ruas desde a mais tenra idade. A partir dos 7 anos ele já é um
elemento de um bando ou grupo que cuida dele defendendo-o de tudo e todos.
Aos 9 anos ele já conhece a
reação da sociedade se pede um lanche. É nessa idade que seu filho(a) pede um
videogame – e ganha! Aos 10 conhece o centro do Rio, ou Copacabana, ou Ipanema,
melhor que a palma de sua mão. Sabe se defender das agressões verbais, físicas
e sociais. Tem todos os horários livre, não porque quer, por não ter opções:
não tem aulas, nem clubes, nem atividades extracurriculares, não tem curso de
inglês nem está aprendendo a tocar violino. Mas sabe andar nas ruas, usar
transporte público e não têm horários nem satisfações a dar, pois seus pais não
podem protegê-los como você faz com o seu filho(a).
Na adolescência, enquanto seus
filhos questionam valores como maior flexibilidade de horários, maior valor de
mesada, relação sensual ou sexual com seus pares, qual será seu próximo
celular, tablete, ou notebook, os menores infratores precisam se defender da
sociedade mesquinha, medíocre e egoísta tão transparente para eles – uma sociedade
que precisa jogá-los para baixo do tapete por que não é bonito para inglês ver,
mas é real.
Quanto mais eficiente for, mais
poder adquire em sua sociedade, mais parecido com seu filho(a) conseguem ser.
Eles – os mais eficientes – usam as mesmas roupas e tênis, alguns já estão
motorizados e conquistam as menininhas da sua sociedade, tão diferente da nossa
e até sua filha(a) pode acha-lo(a) um(a) cafajeste sedutor(a).
A solução, todos sabemos. Dar a
todas as crianças as mesmas oportunidades, escola em tempo integral, com
qualidade, quantidade e eficiência. Dar condições de sustentabilidade e moradia
a família destas crianças para que elas cresçam com perspectivas – elas nada
têm, nem o que perder a não ser sua miserável vida – mas têm consciência disso
e muitos “meliantes” dizem que pelo menos enquanto vida tiverem podem dar mais
conforto a suas mães. Com os pais nem nossos filhos(as) se preocupam.
Eu sei, sei mesmo. Isso teria um
alto custo para a sociedade. Mas já estamos pagando estes custos de roubo em
rouba, assalto em assalto e com a nossa tranquilidade já que nossa consciência muitas
vezes prefere não perceber as diferenças.
domingo, 23 de fevereiro de 2014
VERGONHA NÃO - ATITUDE!
Hoje, depois de navegar pela net por algum tempo, me olhei
no espelho. Esse ato me fez lembrar o início de uma música: “Eu hoje estou tão
triste, precisava tanto conversar com Deus...” Me dei conta, todavia, que
precisava conversar com os brasileiros e que a net está aí para isso. Voltei ao
computador. Agora, segura!
Você sabe que os principais políticos do Poder Executivo são
corruptos? Você sabe que pela nossa inércia nos últimos cinquenta anos a
síndrome da corrupção atingiu também os Poderes Legislativo e Judiciário?
Você sabendo disso tudo perdeu alguns minutos para pensar o
que você pode fazer para mudar tudo isso?
Você sabe que a corrupção toma recursos das obras, mas em
especial da saúde e da educação, bandeira eleitoral da grande maioria dos
políticos que incluem apenas o tema da moda na sua vez de ser eleito? Desta
vez, por exemplo, grande parte deles vão criticar a segurança elogiando o
Secretário de sua iniciativa das UPPs.
As UPs do governo do Rio de Janeiro deveria ser a sigla de
Última Parada para o PMDB. Não. Não estou falando de política partidária. Estou
falando de dar respostas. Uma delas seria não eleger ninguém do partido mais
ineficiente do Rio de Janeiro. Certamente em outros estados não será o PMDB e
sim outro qualquer, todos tão iguais.
Vivemos num país onde desde os tempos de colônia portuguesa
as elites se consideram estrangeiras, possuem dupla nacionalidade e estão
prontas para abandonar o barco tão logo ele comece a afundar. E que ele não
afundou até hoje por conta do nosso sacrifício de sustentar uma máquina estatal
incompetente, digo, propositalmente incompetente que permanece no poder desde
aquela ocasião (Brasil Colônia).
Novidade no Brasil foi o Lula que veio do proletariado. Mas
impossível governar esse país sem o apoio das elites empresariais e agrárias.
Ainda assim nunca houve tanta distribuição de renda neste
país. O PT trouxe algumas novidades salutares para sermos justos. Pagamos ao
FMI e de devedores passamos a sócios. Pela primeira vez na história poderosos
(do próprio PT) são presos, investigados, julgados e condenados. Quando isso
aconteceu? Só em revoluções e em julgamentos políticos.
Agora é a nossa vez de agir. Primeiro devemos dar exemplo.
Nada de corromper ninguém – assuma as responsabilidades por seus atos. Nada de
sonegar, proteste contra a exorbitância dos impostos. Aqui o estado finge que
cobra e os abastados fingem que pagam e a carga sobra para os assalariados –
vem aí o Imposto de RENDA. Mas quem tem RENDA nada paga sobre ela. Quem tem
salário não tem como escapar. Grandes fortunas (que equivale a grandes poderes)
não são taxadas.
Lute pela desburocratização criada para evitar sonegação e
falhas do sistema. Ela só cria brechas para os desonestos. Lute pela redução e
simplificação dos impostos. Regras demais servem para fiscais corromperem os
contribuintes. Lute pela “limpeza” do mundo político e participe dele – sem sua
participação nada muda. Envie sua opinião para as redes sociais em especial
pela mídia comprada por verbas publicitárias. Indigne-se, mas assine embaixo,
identifique-se e chame seus pares para apoiá-lo. Candidate-se a cargos
eletivos. Participe de conselhos diversos, acompanhe a vida da escola de seus
filhos, cobre as autoridades locais, os diretores (e similares) dos órgãos
públicos ao seu redor. Seja brasileiro com orgulho!
sábado, 22 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Perguntas Impertinentes
É comum levar livros para os hotéis onde vamos nos hospedar.
Não levamos o melhor livro do mundo, simplesmente nos acompanha o livro que
pretendemos ler ou que já estamos lendo. Acho que você, leitor, concorda.
É comum, também, livros serem deixados no hotel. Por que
será?
Será que o
livro é:
|
Será que
seu dono é:
|
A leitura
despertou:
|
Deixaram o
livro:
|
Bom
|
Esquecido
|
Sono
|
Na cama
|
Interessante
|
Displicente
|
Desinteresse
|
No banheiro
|
Descartável
|
Crítico
|
Excitação
|
Sob lençóis
|
Péssimo
|
Prático
|
Agonia
|
Jogado
|
Um simples tema pode nos levar a um sem número de
considerações. Para atiçar suas divagações saiba que livros estão entre os mais
esquecidos na Rede de Hotéis Travelodge, conforme a lista publicada no jornal inglês
“The Guardian” e divulgada no site: http://www.revistabula.com/
1— Cinquenta Tons de Liberdade — E. L. James
|
11 — My Story —
Chery Cole
|
2 — Toda Sua —
Sylvia Day
|
12 — The Marriage
Trap — Jennifer Probst
|
3 — The Marriage
Bargain — Jennifer Probst
|
13 — Camp David — David Williams
|
4 — Garota
Exemplar —Gillian Flynn
|
14 — Call the
Midwife — Jennifer Worth
|
5 — Morte Súbita — JK Rowling
|
15 — Antes de Dormir — S. J. Watson
|
6 — Cinquenta Tons de Cinza — E. L. James
|
16 — The Marriage
Mistake — Jennifer Probst
|
7 — Profundamente
Sua — Sylvia Day
|
17 — The Racketeer
— John Grisham
|
8 — My Time —
Bradley Wiggins
|
18 — The Carrier —
Sophie Hannah
|
9 — Para Sempre Sua — Sylvia Day
|
19 — Oh Dear
Silvia — Dawn French
|
10 — Cinquenta Tons Mais Escuros — E. L. James
|
20 — O Grande
Gatsby — F Scott Fitzgerald
|
Se você fosse relacionar os livros que se arrependeu de ler, qual
seria sua lista?
A lista dos “27 livros para
morrer antes de ler” publicada no site citado me deixou, como escritor,
preocupado. Será que o brasileiro anda comprando lixo cultural por conta do
marketing? Avalie você mesmo a lista do http://www.revistabula.com/:
Crepúsculo — Stephenie Meyer
|
O Código Da Vinci — Dan Brown
|
Cinquenta Tons de Cinza — E. L. James
|
A Hora da Estrela — Clarice Lispector
|
A Cabana —
William Paul Young
|
A Última Música — Nicholas Sparks
|
Iracema — José de Alencar
|
Diário de um Mago — Paulo Coelho
|
Escrito nas Estrelas — Sidney Sheldon
|
De Volta à Cabana — C. Baxter Kruger
|
Mein Kampf — Adolf Hitler
|
Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo — Nélida
Piñon
|
Montanha Gelada — Charles Frazier
|
O Lado Bom da Vida — Matthew Quick
|
Estorvo — Chico Buarque
|
A Moreninha — Joaquim Manuel de Macedo
|
O Silêncio das Montanhas — Khaled
Hosseini
|
As Parceiras — Lya Luft
|
Um Toque de vermelho — Sylvia Day
|
Como Desaparecer Completamente — André
de Leones
|
O Clube dos Anjos — Luís Fernando
Verissimo
|
A Entrega: Memórias Eróticas — Toni
Bentley
|
Corpo Presente — João Paulo Cuenca
|
O Segredo — Ronda Byrne
|
O Último Templário — Raymond Khoury
|
A Suavidade do Vento — Cristóvão Tezza
|
A Caverna — José Saramago
|
(aqui poderia estar o meu ou o seu livro)
|
Todavia, neste mundo desumanizado em que vivemos neste
início de século XXI é de espantar a lista dos livros mais vendidos no mundo
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