segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

As Diferenças

Na vida muitas vezes preferimos não perceber as diferenças que vão nos deixar desconfortáveis e incomodados. Essa sensação nos fará, como de hábito, buscar soluções e mudar nossas prioridades.

Você já percebeu quantos anos seu filho(a) realmente tem? Já se assustou ao perceber os traços de amadurecimento nos momentos mais inoportunos? Como reagiu ao saber que sua filha(o) está namorando? Com que idade seu filho(a) passou a ir sozinho para escola? Qual foi sua sensação? Quando você achou que ele(a) estava pronto para ir até a padaria? Quando ele(a) andou em transporte público realmente sem acompanhante? Ou no shopping? No mercado? Ao centro da cidade?

Como você reage ao perceber que seu filho(a) deseja muito alguma coisa? E se for cara, você apela para o financiamento?

Quando seu filho(a) levou as primeiras pancadas da vida? E as dores do amor? Como você reagiu? Você já discordou de seu cônjuge sobre a criação dos seus filhos? Como você segura seu filho adolescente quando ele quer agir como adulto? Se o namorado(a) maltratar seu filho(a) o que você gostaria de fazer? O que realmente faz? Com que idade você acredita que pode deixar seu filho(a) decidir sua própria vida, passeios, horários? Quando não está na escola seu filho tem alguma atividade laborativa para se sustentar? O que ele faz nestas horas?

Nas suas respostas estão as diferenças que não querem calar e precisam ser mudadas.

Um menor de rua, problema que nos apoquenta ao ponto de acreditarmos que a idade penal deve ser mudada, pode estar nas ruas desde a mais tenra idade. A partir dos 7 anos ele já é um elemento de um bando ou grupo que cuida dele defendendo-o de tudo e todos.

Aos 9 anos ele já conhece a reação da sociedade se pede um lanche. É nessa idade que seu filho(a) pede um videogame – e ganha! Aos 10 conhece o centro do Rio, ou Copacabana, ou Ipanema, melhor que a palma de sua mão. Sabe se defender das agressões verbais, físicas e sociais. Tem todos os horários livre, não porque quer, por não ter opções: não tem aulas, nem clubes, nem atividades extracurriculares, não tem curso de inglês nem está aprendendo a tocar violino. Mas sabe andar nas ruas, usar transporte público e não têm horários nem satisfações a dar, pois seus pais não podem protegê-los como você faz com o seu filho(a).

Na adolescência, enquanto seus filhos questionam valores como maior flexibilidade de horários, maior valor de mesada, relação sensual ou sexual com seus pares, qual será seu próximo celular, tablete, ou notebook, os menores infratores precisam se defender da sociedade mesquinha, medíocre e egoísta tão transparente para eles – uma sociedade que precisa jogá-los para baixo do tapete por que não é bonito para inglês ver, mas é real.

Quanto mais eficiente for, mais poder adquire em sua sociedade, mais parecido com seu filho(a) conseguem ser. Eles – os mais eficientes – usam as mesmas roupas e tênis, alguns já estão motorizados e conquistam as menininhas da sua sociedade, tão diferente da nossa e até sua filha(a) pode acha-lo(a) um(a) cafajeste sedutor(a).

A solução, todos sabemos. Dar a todas as crianças as mesmas oportunidades, escola em tempo integral, com qualidade, quantidade e eficiência. Dar condições de sustentabilidade e moradia a família destas crianças para que elas cresçam com perspectivas – elas nada têm, nem o que perder a não ser sua miserável vida – mas têm consciência disso e muitos “meliantes” dizem que pelo menos enquanto vida tiverem podem dar mais conforto a suas mães. Com os pais nem nossos filhos(as) se preocupam.


Eu sei, sei mesmo. Isso teria um alto custo para a sociedade. Mas já estamos pagando estes custos de roubo em rouba, assalto em assalto e com a nossa tranquilidade já que nossa consciência muitas vezes prefere não perceber as diferenças.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

VERGONHA NÃO - ATITUDE!

Hoje, depois de navegar pela net por algum tempo, me olhei no espelho. Esse ato me fez lembrar o início de uma música: “Eu hoje estou tão triste, precisava tanto conversar com Deus...” Me dei conta, todavia, que precisava conversar com os brasileiros e que a net está aí para isso. Voltei ao computador. Agora, segura!
Você sabe que os principais políticos do Poder Executivo são corruptos? Você sabe que pela nossa inércia nos últimos cinquenta anos a síndrome da corrupção atingiu também os Poderes Legislativo e Judiciário?
Você sabendo disso tudo perdeu alguns minutos para pensar o que você pode fazer para mudar tudo isso?
Você sabe que a corrupção toma recursos das obras, mas em especial da saúde e da educação, bandeira eleitoral da grande maioria dos políticos que incluem apenas o tema da moda na sua vez de ser eleito? Desta vez, por exemplo, grande parte deles vão criticar a segurança elogiando o Secretário de sua iniciativa das UPPs.
As UPs do governo do Rio de Janeiro deveria ser a sigla de Última Parada para o PMDB. Não. Não estou falando de política partidária. Estou falando de dar respostas. Uma delas seria não eleger ninguém do partido mais ineficiente do Rio de Janeiro. Certamente em outros estados não será o PMDB e sim outro qualquer, todos tão iguais.
Vivemos num país onde desde os tempos de colônia portuguesa as elites se consideram estrangeiras, possuem dupla nacionalidade e estão prontas para abandonar o barco tão logo ele comece a afundar. E que ele não afundou até hoje por conta do nosso sacrifício de sustentar uma máquina estatal incompetente, digo, propositalmente incompetente que permanece no poder desde aquela ocasião (Brasil Colônia).
Novidade no Brasil foi o Lula que veio do proletariado. Mas impossível governar esse país sem o apoio das elites empresariais e agrárias.
Ainda assim nunca houve tanta distribuição de renda neste país. O PT trouxe algumas novidades salutares para sermos justos. Pagamos ao FMI e de devedores passamos a sócios. Pela primeira vez na história poderosos (do próprio PT) são presos, investigados, julgados e condenados. Quando isso aconteceu? Só em revoluções e em julgamentos políticos.
Agora é a nossa vez de agir. Primeiro devemos dar exemplo. Nada de corromper ninguém – assuma as responsabilidades por seus atos. Nada de sonegar, proteste contra a exorbitância dos impostos. Aqui o estado finge que cobra e os abastados fingem que pagam e a carga sobra para os assalariados – vem aí o Imposto de RENDA. Mas quem tem RENDA nada paga sobre ela. Quem tem salário não tem como escapar. Grandes fortunas (que equivale a grandes poderes) não são taxadas.

Lute pela desburocratização criada para evitar sonegação e falhas do sistema. Ela só cria brechas para os desonestos. Lute pela redução e simplificação dos impostos. Regras demais servem para fiscais corromperem os contribuintes. Lute pela “limpeza” do mundo político e participe dele – sem sua participação nada muda. Envie sua opinião para as redes sociais em especial pela mídia comprada por verbas publicitárias. Indigne-se, mas assine embaixo, identifique-se e chame seus pares para apoiá-lo. Candidate-se a cargos eletivos. Participe de conselhos diversos, acompanhe a vida da escola de seus filhos, cobre as autoridades locais, os diretores (e similares) dos órgãos públicos ao seu redor. Seja brasileiro com orgulho!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Perguntas Impertinentes

É comum levar livros para os hotéis onde vamos nos hospedar. Não levamos o melhor livro do mundo, simplesmente nos acompanha o livro que pretendemos ler ou que já estamos lendo. Acho que você, leitor, concorda.
É comum, também, livros serem deixados no hotel. Por que será?

Será que o livro é:
Será que seu dono é:
A leitura despertou:
Deixaram o livro:
Bom
Esquecido
Sono
Na cama
Interessante
Displicente
Desinteresse
No banheiro
Descartável
Crítico
Excitação
Sob lençóis
Péssimo
Prático
Agonia
Jogado

Um simples tema pode nos levar a um sem número de considerações. Para atiçar suas divagações saiba que livros estão entre os mais esquecidos na Rede de Hotéis Travelodge, conforme a lista publicada no jornal inglês “The Guardian” e divulgada no site: http://www.revistabula.com/

1— Cinquenta Tons de Liberdade — E. L. James
11 — My Story — Chery Cole
2 — Toda Sua — Sylvia Day
12 — The Marriage Trap —  Jennifer Probst
3 — The Marriage Bargain — Jennifer Probst
13 — Camp David — David Williams
4 — Garota Exemplar —Gillian Flynn
14 — Call the Midwife — Jennifer Worth
5 — Morte Súbita — JK Rowling
15 — Antes de Dormir —  S. J. Watson
6 — Cinquenta Tons de Cinza — E. L. James
16 — The Marriage Mistake  — Jennifer Probst
7 — Profundamente Sua — Sylvia Day
17 — The Racketeer — John Grisham
8 — My Time — Bradley Wiggins
18 — The Carrier — Sophie Hannah
9 — Para Sempre Sua — Sylvia Day
19 — Oh Dear Silvia — Dawn French
10 — Cinquenta Tons Mais Escuros — E. L. James
20 — O Grande Gatsby — F Scott Fitzgerald

Se você fosse relacionar os livros que se arrependeu de ler, qual seria sua lista?
A lista dos “27 livros para morrer antes de ler” publicada no site citado me deixou, como escritor, preocupado. Será que o brasileiro anda comprando lixo cultural por conta do marketing? Avalie você mesmo a lista do http://www.revistabula.com/:

Crepúsculo — Stephenie Meyer
O Código Da Vinci — Dan Brown
Cinquenta Tons de Cinza — E. L. James
A Hora da Estrela — Clarice Lispector
A Cabana — William Paul Young
A Última Música — Nicholas Sparks
Iracema — José de Alencar
Diário de um Mago — Paulo Coelho
Escrito nas Estrelas — Sidney Sheldon
De Volta à Cabana — C. Baxter Kruger
Mein Kampf — Adolf Hitler
Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo — Nélida Piñon
Montanha Gelada — Charles Frazier
O Lado Bom da Vida — Matthew Quick
Estorvo — Chico Buarque
A Moreninha — Joaquim Manuel de Macedo
O Silêncio das Montanhas — Khaled Hosseini
As Parceiras — Lya Luft
Um Toque de vermelho — Sylvia Day
Como Desaparecer Completamente — André de Leones
O Clube dos Anjos — Luís Fernando Verissimo
A Entrega: Memórias Eróticas — Toni Bentley
Corpo Presente — João Paulo Cuenca
O Segredo — Ronda Byrne
O Último Templário — Raymond Khoury
A Suavidade do Vento — Cristóvão Tezza
A Caverna — José Saramago
(aqui poderia estar o meu ou o seu livro)

Todavia, neste mundo desumanizado em que vivemos neste início de século XXI é de espantar a lista dos livros mais vendidos no mundo publicado na Wikipedia:

1.     Bíblia Sagrada: ~3.9 a 6 bilhões de cópias
2.    O Peregrino (John Bunyan): ~900 milhões de cópias
3.    O Livro Vermelho:~900 milhões de cópias
4.    Alcorão: ~600-800 milhões de cópias
5.    Dom Quixote: ~500 milhões de cópias
6.    Dicionário Xinhua Zidian: ~400 milhões de cópias

Essa lista apresenta outra curiosidade. A autora Agatha Christie é a única que possui dois títulos entre os que possuem mais de 100 milhões de cópias vendidas: O Caso dos Dez Negrinhos (mais vendido) e And Then There Were None (Título em português do Brasil: E Não Sobrou Nenhum). Todavia, ao que tudo indica – e você leitor me corrija se eu estiver errado – ambos são o mesmo livro que teve outros títulos também em inglês e surgem aqui como se fossem dois títulos distintos. Acredito que grandes parcelas de venda sejam comuns aos dois títulos provocando um erro de classificação.

Por hoje é só!