sábado, 5 de abril de 2014

Sou Homem

Abro aqui um espaço para outro autor como forma de exercer minha responsabilidade social!

Quando nasci, meu avô parabenizou meu pai por ter tido um filho homem. E agradeceu à minha mãe por ter dado ao meu pai um filho homem. Recebi o nome do meu avô.

Quando eu era criança, eu podia brincar de LEGO, porque "Lego é coisa de menino", e isso fez com que minha criatividade e capacidade de resolver problemas fossem estimuladas.

Ganhei lava-jatos e postos de gasolina montáveis da HotWheels. Também ganhei uma caixa de ferramentas de plástico, para montar e desmontar carrinhos e caminhões. Isso também estimulava minha criatividade e desenvolvia meu raciocínio, o que é bom para toda criança.

Na minha época de escola, as meninas usavam saias e meus amigos levantavam suas saias. Dava uma confusão! E então elas foram proibidas de usar saias. Mas eu nunca vi nenhum menino sendo realmente punido por fazer isso, afinal de contas "Homem é assim mesmo! Puxou o pai esse danadinho" - era o que eu ouvia.

Em casa, com meus primos, eu gostava de brincar de casinha com uma priminha. Nós tínhamos por volta de 8 anos. Eu era o papai, ela era a mamãe e as bonecas eram nossas filhinhas. Na brincadeira, quando eu carregava a boneca no colo, minha mãe não deixava: "Larga a boneca, Juninho, é coisa de menina". E o pai da minha priminha, quando via que estávamos brincando juntos, de casinha, não deixava. Dizia que menino tem que brincar com menino e menina com menina, porque "menino é muito estúpido e, principalmente, pra frente". Eu não me achava estúpido e também não entendia o que ele queria dizer com "pra frente", mas obedecia.

No natal, minha irmã ganhou uma Barbie e eu uma beyblade. Ela chorou um pouco porque o meu brinquedo era muito mais legal que o dela, mas mamãe todo ano repetia a gafe e comprava para ela uma boneca, um fogãozinho, uma geladeira cor-de-rosa, uma batedeira, um ferro de passar.

Quando fiz 15 anos e comecei a namorar, meu pai me comprou algumas camisinhas.
Na adolescência, ninguém me criticava quando eu ficava com várias meninas.
Atualmente continua assim.

Meu pai não briga comigo quando passo a noite fora. Não fica dizendo que tenho que ser um "rapaz de família". Ele nunca me deu um tapa na cara desconfiado de que passei a noite em um motel.

Ninguém fica me dando sermão dizendo que eu tenho que ser reservado e me fazer de difícil.
Ninguém me julga mal quando quero ficar com uma mulher e tomo a iniciativa.

Ninguém fica regulando minhas roupas, dizendo que eu tenho que me cuidar.
Ninguém fica repetindo que eu tenho que me cuidar porque "mulher só pensa em sexo".

Ninguém acha que minhas namoradas só estavam comigo para conseguir sexo.
Ninguém pensa que, ao transar, estou me submetendo à vontade da minha parceira.
Ninguém demoniza meus orgasmos.

Nunca fui julgado por carregar camisinha na mochila e na carteira.
Nunca tive que esconder minhas camisinhas dos meus pais.

Nunca me disseram para me casar virgem por ser homem.
Nunca ficaram repetindo para mim que "Homem tem que se valorizar" ou "se dar ao respeito". Aparentemente, meu sexo já faz com que eu tenha respeito.

Quando saio na rua ninguém me chama de "delícia".
Nenhuma desconhecida enche a boca e me chama de “gostoso” de forma agressiva.
Eu posso andar na rua tomando um sorvete tranquilamente, porque sei que não vou ouvir nada como “Larga esse sorvete e vem me chupar”. Eu posso até andar na rua comendo uma banana.

Nunca tive que atravessar a rua, mesmo que lá estivesse batendo um sol infernal, para desviar de um grupo de mulheres num bar, que provavelmente vão me cantar quando eu passar, me deixando envergonhado.

Nunca tive que fazer caminhada de moletom porque meu short deixa minhas pernas de fora e isso pode ser perigoso.
Nunca ouvi alguém me chamando de “Desavergonhado” porque saí sem camisa.
Ninguém tenta regular minhas roupas de malhar.
Ninguém tenta regular minhas roupas.

Eu nunca fui seguido por uma mulher em um carro enquanto voltava para casa a pé.

Eu posso pegar o metrô lotado todos os dias com a certeza que nenhuma mulher vai ficar se esfregando em mim, para filmar e lançar depois em algum site de putaria.

Nunca precisaram criar vagões exclusivamente para homens em nenhuma cidade que conheço.

Nunca ouvi falar que alguém do meu sexo foi estuprado por uma multidão.

Eu posso pegar ônibus sozinho de madrugada.
Quando não estou carregando nada de valor, não continuo com medo pelo risco ser estuprado a qualquer momento, em qualquer esquina. Esse risco não existe na cabeça das pessoas do meu sexo.

Quando saio à noite, posso usar a roupa que quiser.
Se eu sofrer algum tipo de violência, ninguém me culpa porque eu estava bêbado ou por causa das minhas roupas.
Se, algum dia, eu fosse estuprado, ninguém iria dizer que a culpa era minha, que eu estava em um lugar inadequado, que eu estava com a roupa indecente. Ninguém tentaria justificar o ato do estuprador com base no meu comportamento. Eu serei tratado como VÍTIMA e só.

Ninguém me acha vulgar quando faz frio e meu “farol” fica “aceso”.

Quando transo com uma mulher logo no primeiro encontro sou praticamente aplaudido de pé. Ninguém me chama de “vagabundo”, “fácil”, “puto” ou “vadio” por fazer sexo casual às vezes.

99% dos sites de pornografia são feitos para agradar a mim e aos homens em geral.
Ninguém fica chocado quando eu digo que assisto pornôs.
Ninguém nunca vai me julgar se eu disser que adoro sexo.
Ninguém nunca vai me julgar se me ver lendo literatura erótica.
Ninguém fica chocado se eu disser que me masturbo.

Nenhuma sogra vai dizer para a filha não se casar comigo porque não sou virgem.

Ninguém me critica por investir na minha vida profissional.
Quando ocupo o mesmo cargo que uma mulher em uma empresa, meu salário nunca é menor que o dela.
Se sou promovido, ninguém faz fofoca dizendo que dormi com minha chefe. As pessoas acreditam no meu mérito.
Se tenho que viajar a trabalho e deixar meus filhos apenas com a mãe por alguns dias, ninguém me chama de irresponsável.

Ninguém acha anormal se, aos 30 anos, eu ainda não tiver filhos.

Ninguém palpita sobre minha orientação sexual por causa do tamanho do meu cabelo.
Quando meus cabelos começarem a ficar grisalhos, vão achar sexy e ninguém vai me chamar de desleixado.

A sociedade não encara minha virgindade como um troféu.

90% das vagas do serviço militar são destinadas às pessoas do meu sexo. Mesmo quando se trata de cargos de alto escalão, em que o oficial só mexe com papelada e gerência.

Se eu sair com uma determinada roupa ninguém vai dizer “Esse aí tá pedindo”.

Se eu estiver em um baile funk e uma mulher fizer sexo oral em mim, não sou eu quem sou ofendido. Ninguém me chama de "vagabundo" e nem diz "depois fica postando frases de amor no Facebook".
Se vazar um vídeo em que eu esteja transando com uma mulher em público, ninguém vai me xingar, criticar, apedrejar. Não serei o piranha, o vadio, o sem valor, o vagabundo, o cachorro. Estarei apenas sendo homem. Cumprindo meu papel de macho alpha perante a sociedade.
Se eu levar uma vida putona, mas depois me apaixonar por uma mulher só, as pessoas acham lindo. Ninguém me julga pelo meu passado.

Ninguém diz que é falta de higiene se eu não me depilar.

Ninguém me julgaria por ser pai solteiro. Pelo contrário, eu seria visto como um herói.

Nunca serei proibido de ocupar um cargo alto na Igreja Católica por ser homem.

Nunca apanhei por ser homem.
Nunca fui obrigado a cuidar das tarefas da casa por ser homem.
Nunca me obrigaram a aprender a cozinhar por ser homem.
Ninguém diz que meu lugar é na cozinha por ser homem.

Ninguém diz que não posso falar palavrão por ser homem.
Ninguém diz que não posso beber por ser homem.

Ninguém olha feio para o meu prato se eu colocar muita comida.

Ninguém justifica meu mau humor falando dos meus hormônios.

Nunca fizeram piadas que subjugam minha inteligência por ser homem.

Quando cometo alguma gafe no trânsito ninguém diz “Tinha que ser homem mesmo!”

Quando sou simpático com uma mulher, ela não deduz que “estou dando mole”.

Se eu fizer uma tatuagem, ninguém vai dizer que sou um “puto”.

Ninguém acha que meu corpo serve exclusivamente para dar prazer ao sexo oposto.
Ninguém acha que terei de ser submisso a uma futura esposa.

Nunca fui julgado por beber cerveja em uma roda onde eu era o único homem.

Nunca me encaixo como público-alvo nas propagandas de produtos de limpeza.
Sempre me encaixo como público-alvo nas propagandas de cerveja.

Nunca me perguntaram se minha namorada me deixa cortar o cabelo. Eu corto quando quero e as pessoas entendem isso.

Não há um trote na USP que promove minha humilhação e objetificação.

A sociedade não separa as pessoas do meu sexo em “para casar” e “para putaria”.

Quando eu digo “Não” ninguém acha que estou fazendo charme. Não é não.

Não preciso regrar minhas roupas para evitar que uma mulher peque ou caia em tentação.

As pessoas do meu sexo não foram estupradas a cada 40 minutos em SP no ano passado.
As pessoas do meu sexo não são estupradas a cada 12 segundos no Brasil.
As pessoas do meu sexo não são estupradas por uma multidão nas manifestações do Egito.

Não sou homem. Mas, se você é, é fundamental admitir que a sociedade INTEIRA precisa do Feminismo.
Não minimize uma dor que você não conhece.


Autora do texto: Camila Oliveira Dias
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domingo, 9 de março de 2014

A Mulher de Ontem

Ontem foi o dia internacional da mulher. Vi de tudo. Em especial homenagem de arrependidos. Vi tentativas de homenagens, algumas soando falso. Seri que a mulher deve ocupar todos os espaços, mas não vi como politicamente correta a homenagem da TV Globo. Ao invés de dar folga as suas profissionais as escalaram para fazer horas extras (será que remuneradas?) em toda programação do dia.

O dia da mulher não deveria ser ontem, nem amanhã. O dia da mulher tem que ser hoje, agora e é urgente. No século XXI ainda existem descriminações, salários menores para as mesmas funções, violência doméstica e escravidões diversas.

Embora já não exista nas grandes cidades brasileiras a mulher de ontem, essa não é uma realidade nacional. Nossa sociedade se mostra acomodada neste (como em tantos outros) aspecto. No interior do país se lava honra (masculina) com sangue!

Mesmo nas grandes cidades se a mulher recorrer a uma delegacia não especializada é comum ela ser considerada a protagonista de dissabores experimentados. É comum o policial perguntar o que ela fez para que o ato reclamado acontecesse. Parece que quando o notificante é mulher o policial pode julgar se ela deu causa aos dissabores, mesmo em caso de estupro. O que é pior, nem encaminha a vítima para exame de corpo de delito se julgar, por sua própria consciência, que ela provocou a agressão.

Mas nada é pior, nada mesmo, do que o corriqueiro assédio no trabalho. Homens de bem, com condutas ilibada, incapazes de pecar ou cometerem delitos – segundo sua própria consciência ou conforme seu exclusivo espelho – não enxergam qualquer ilicitude em abordar suas subordinadas ou mesmo colegas de trabalho, constrangendo-as. Até muitas delas acham isso comum e que cabe a elas saberem sair pela tangente evitando tais iniciativas.

Incapazes de se colocar – ou colocar sua filha – no lugar daquela mulher assediada eles seguem impunes, pois difícil provar tais comportamentos e, como sabemos, a palavra de uma faxineira ou auxiliar administrativa valerá muito pouco contra o diretor de uma multinacional e o ato será visto (por machistas) como tentativa de chantagem.

Realmente são controversos episódios que envolvam personalidades e mulheres que ingressam em seus quartos em hotéis. Mas a pergunta que normalmente surge é: “Entrou por que, para que?”.

Será que entrar no quarto de hotel onde está hospedada uma personalidade autoriza a ela estuprar sua visitante? Claro que não. A mulher pode ter ido buscar um simples autógrafo. O que deve ser observado no caso de abuso sexual de qualquer forma são as demais provas que possam ser avaliadas, mesmo seguindo a recomendação que dita: “in dubio pro reu”. 

Assim deve ser sempre. Na dúvida decida-se pelo que for mais favorável ao réu. Meu pai já dizia que é melhor um jurista deixar de condenar cem culpados do que arriscar-se a condenar um inocente. Só que essa máxima não pode permitir ao julgador deixar-se influenciar pelo seu próprio espelho. Ele deve utilizar a visão imparcial recomendada pelo colocar-se no lugar dos agentes da melhor forma possível. Assim se sua própria imagem não der margem a uma reflexão isenta deve usar suas filhas ou outras mulheres que lhe sejam caras.


As homenagens de ontem, Dia Internacional da Mulher, não podem ficar mais uma vez no ontem. Façamos o futuro sempre pensando que ele é a herança que deixaremos a nossos descendentes.
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Borges C. (Toca de Lobo) 
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sexta-feira, 7 de março de 2014

Cordeiro de Deus que...

Luiz Flávio Gomes publicou no site Jus Brasil um texto sobre o furto praticado pelo Papa. Isso mesmo. O texto explica melhor do que eu seria capaz de fazê-lo. Não deixe de ler!

Mas aproveite ao ler para fazer uma autocrítica. Em especial antes de apontar o erro alheio. Triste natureza humana que cometendo erros só são capazes de perceber os erros dos que nos cercam.


Aproveitando, se você não é viciado, não use drogas, vamos parar de financiar o crime, vamos dar uma chance aos nossos descendentes de viver num mundo um pouco mais seguro que o nosso.
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Borges C. (Toca de Lobo) 
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

As Diferenças

Na vida muitas vezes preferimos não perceber as diferenças que vão nos deixar desconfortáveis e incomodados. Essa sensação nos fará, como de hábito, buscar soluções e mudar nossas prioridades.

Você já percebeu quantos anos seu filho(a) realmente tem? Já se assustou ao perceber os traços de amadurecimento nos momentos mais inoportunos? Como reagiu ao saber que sua filha(o) está namorando? Com que idade seu filho(a) passou a ir sozinho para escola? Qual foi sua sensação? Quando você achou que ele(a) estava pronto para ir até a padaria? Quando ele(a) andou em transporte público realmente sem acompanhante? Ou no shopping? No mercado? Ao centro da cidade?

Como você reage ao perceber que seu filho(a) deseja muito alguma coisa? E se for cara, você apela para o financiamento?

Quando seu filho(a) levou as primeiras pancadas da vida? E as dores do amor? Como você reagiu? Você já discordou de seu cônjuge sobre a criação dos seus filhos? Como você segura seu filho adolescente quando ele quer agir como adulto? Se o namorado(a) maltratar seu filho(a) o que você gostaria de fazer? O que realmente faz? Com que idade você acredita que pode deixar seu filho(a) decidir sua própria vida, passeios, horários? Quando não está na escola seu filho tem alguma atividade laborativa para se sustentar? O que ele faz nestas horas?

Nas suas respostas estão as diferenças que não querem calar e precisam ser mudadas.

Um menor de rua, problema que nos apoquenta ao ponto de acreditarmos que a idade penal deve ser mudada, pode estar nas ruas desde a mais tenra idade. A partir dos 7 anos ele já é um elemento de um bando ou grupo que cuida dele defendendo-o de tudo e todos.

Aos 9 anos ele já conhece a reação da sociedade se pede um lanche. É nessa idade que seu filho(a) pede um videogame – e ganha! Aos 10 conhece o centro do Rio, ou Copacabana, ou Ipanema, melhor que a palma de sua mão. Sabe se defender das agressões verbais, físicas e sociais. Tem todos os horários livre, não porque quer, por não ter opções: não tem aulas, nem clubes, nem atividades extracurriculares, não tem curso de inglês nem está aprendendo a tocar violino. Mas sabe andar nas ruas, usar transporte público e não têm horários nem satisfações a dar, pois seus pais não podem protegê-los como você faz com o seu filho(a).

Na adolescência, enquanto seus filhos questionam valores como maior flexibilidade de horários, maior valor de mesada, relação sensual ou sexual com seus pares, qual será seu próximo celular, tablete, ou notebook, os menores infratores precisam se defender da sociedade mesquinha, medíocre e egoísta tão transparente para eles – uma sociedade que precisa jogá-los para baixo do tapete por que não é bonito para inglês ver, mas é real.

Quanto mais eficiente for, mais poder adquire em sua sociedade, mais parecido com seu filho(a) conseguem ser. Eles – os mais eficientes – usam as mesmas roupas e tênis, alguns já estão motorizados e conquistam as menininhas da sua sociedade, tão diferente da nossa e até sua filha(a) pode acha-lo(a) um(a) cafajeste sedutor(a).

A solução, todos sabemos. Dar a todas as crianças as mesmas oportunidades, escola em tempo integral, com qualidade, quantidade e eficiência. Dar condições de sustentabilidade e moradia a família destas crianças para que elas cresçam com perspectivas – elas nada têm, nem o que perder a não ser sua miserável vida – mas têm consciência disso e muitos “meliantes” dizem que pelo menos enquanto vida tiverem podem dar mais conforto a suas mães. Com os pais nem nossos filhos(as) se preocupam.


Eu sei, sei mesmo. Isso teria um alto custo para a sociedade. Mas já estamos pagando estes custos de roubo em rouba, assalto em assalto e com a nossa tranquilidade já que nossa consciência muitas vezes prefere não perceber as diferenças.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

VERGONHA NÃO - ATITUDE!

Hoje, depois de navegar pela net por algum tempo, me olhei no espelho. Esse ato me fez lembrar o início de uma música: “Eu hoje estou tão triste, precisava tanto conversar com Deus...” Me dei conta, todavia, que precisava conversar com os brasileiros e que a net está aí para isso. Voltei ao computador. Agora, segura!
Você sabe que os principais políticos do Poder Executivo são corruptos? Você sabe que pela nossa inércia nos últimos cinquenta anos a síndrome da corrupção atingiu também os Poderes Legislativo e Judiciário?
Você sabendo disso tudo perdeu alguns minutos para pensar o que você pode fazer para mudar tudo isso?
Você sabe que a corrupção toma recursos das obras, mas em especial da saúde e da educação, bandeira eleitoral da grande maioria dos políticos que incluem apenas o tema da moda na sua vez de ser eleito? Desta vez, por exemplo, grande parte deles vão criticar a segurança elogiando o Secretário de sua iniciativa das UPPs.
As UPs do governo do Rio de Janeiro deveria ser a sigla de Última Parada para o PMDB. Não. Não estou falando de política partidária. Estou falando de dar respostas. Uma delas seria não eleger ninguém do partido mais ineficiente do Rio de Janeiro. Certamente em outros estados não será o PMDB e sim outro qualquer, todos tão iguais.
Vivemos num país onde desde os tempos de colônia portuguesa as elites se consideram estrangeiras, possuem dupla nacionalidade e estão prontas para abandonar o barco tão logo ele comece a afundar. E que ele não afundou até hoje por conta do nosso sacrifício de sustentar uma máquina estatal incompetente, digo, propositalmente incompetente que permanece no poder desde aquela ocasião (Brasil Colônia).
Novidade no Brasil foi o Lula que veio do proletariado. Mas impossível governar esse país sem o apoio das elites empresariais e agrárias.
Ainda assim nunca houve tanta distribuição de renda neste país. O PT trouxe algumas novidades salutares para sermos justos. Pagamos ao FMI e de devedores passamos a sócios. Pela primeira vez na história poderosos (do próprio PT) são presos, investigados, julgados e condenados. Quando isso aconteceu? Só em revoluções e em julgamentos políticos.
Agora é a nossa vez de agir. Primeiro devemos dar exemplo. Nada de corromper ninguém – assuma as responsabilidades por seus atos. Nada de sonegar, proteste contra a exorbitância dos impostos. Aqui o estado finge que cobra e os abastados fingem que pagam e a carga sobra para os assalariados – vem aí o Imposto de RENDA. Mas quem tem RENDA nada paga sobre ela. Quem tem salário não tem como escapar. Grandes fortunas (que equivale a grandes poderes) não são taxadas.

Lute pela desburocratização criada para evitar sonegação e falhas do sistema. Ela só cria brechas para os desonestos. Lute pela redução e simplificação dos impostos. Regras demais servem para fiscais corromperem os contribuintes. Lute pela “limpeza” do mundo político e participe dele – sem sua participação nada muda. Envie sua opinião para as redes sociais em especial pela mídia comprada por verbas publicitárias. Indigne-se, mas assine embaixo, identifique-se e chame seus pares para apoiá-lo. Candidate-se a cargos eletivos. Participe de conselhos diversos, acompanhe a vida da escola de seus filhos, cobre as autoridades locais, os diretores (e similares) dos órgãos públicos ao seu redor. Seja brasileiro com orgulho!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Perguntas Impertinentes

É comum levar livros para os hotéis onde vamos nos hospedar. Não levamos o melhor livro do mundo, simplesmente nos acompanha o livro que pretendemos ler ou que já estamos lendo. Acho que você, leitor, concorda.
É comum, também, livros serem deixados no hotel. Por que será?

Será que o livro é:
Será que seu dono é:
A leitura despertou:
Deixaram o livro:
Bom
Esquecido
Sono
Na cama
Interessante
Displicente
Desinteresse
No banheiro
Descartável
Crítico
Excitação
Sob lençóis
Péssimo
Prático
Agonia
Jogado

Um simples tema pode nos levar a um sem número de considerações. Para atiçar suas divagações saiba que livros estão entre os mais esquecidos na Rede de Hotéis Travelodge, conforme a lista publicada no jornal inglês “The Guardian” e divulgada no site: http://www.revistabula.com/

1— Cinquenta Tons de Liberdade — E. L. James
11 — My Story — Chery Cole
2 — Toda Sua — Sylvia Day
12 — The Marriage Trap —  Jennifer Probst
3 — The Marriage Bargain — Jennifer Probst
13 — Camp David — David Williams
4 — Garota Exemplar —Gillian Flynn
14 — Call the Midwife — Jennifer Worth
5 — Morte Súbita — JK Rowling
15 — Antes de Dormir —  S. J. Watson
6 — Cinquenta Tons de Cinza — E. L. James
16 — The Marriage Mistake  — Jennifer Probst
7 — Profundamente Sua — Sylvia Day
17 — The Racketeer — John Grisham
8 — My Time — Bradley Wiggins
18 — The Carrier — Sophie Hannah
9 — Para Sempre Sua — Sylvia Day
19 — Oh Dear Silvia — Dawn French
10 — Cinquenta Tons Mais Escuros — E. L. James
20 — O Grande Gatsby — F Scott Fitzgerald

Se você fosse relacionar os livros que se arrependeu de ler, qual seria sua lista?
A lista dos “27 livros para morrer antes de ler” publicada no site citado me deixou, como escritor, preocupado. Será que o brasileiro anda comprando lixo cultural por conta do marketing? Avalie você mesmo a lista do http://www.revistabula.com/:

Crepúsculo — Stephenie Meyer
O Código Da Vinci — Dan Brown
Cinquenta Tons de Cinza — E. L. James
A Hora da Estrela — Clarice Lispector
A Cabana — William Paul Young
A Última Música — Nicholas Sparks
Iracema — José de Alencar
Diário de um Mago — Paulo Coelho
Escrito nas Estrelas — Sidney Sheldon
De Volta à Cabana — C. Baxter Kruger
Mein Kampf — Adolf Hitler
Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo — Nélida Piñon
Montanha Gelada — Charles Frazier
O Lado Bom da Vida — Matthew Quick
Estorvo — Chico Buarque
A Moreninha — Joaquim Manuel de Macedo
O Silêncio das Montanhas — Khaled Hosseini
As Parceiras — Lya Luft
Um Toque de vermelho — Sylvia Day
Como Desaparecer Completamente — André de Leones
O Clube dos Anjos — Luís Fernando Verissimo
A Entrega: Memórias Eróticas — Toni Bentley
Corpo Presente — João Paulo Cuenca
O Segredo — Ronda Byrne
O Último Templário — Raymond Khoury
A Suavidade do Vento — Cristóvão Tezza
A Caverna — José Saramago
(aqui poderia estar o meu ou o seu livro)

Todavia, neste mundo desumanizado em que vivemos neste início de século XXI é de espantar a lista dos livros mais vendidos no mundo publicado na Wikipedia:

1.     Bíblia Sagrada: ~3.9 a 6 bilhões de cópias
2.    O Peregrino (John Bunyan): ~900 milhões de cópias
3.    O Livro Vermelho:~900 milhões de cópias
4.    Alcorão: ~600-800 milhões de cópias
5.    Dom Quixote: ~500 milhões de cópias
6.    Dicionário Xinhua Zidian: ~400 milhões de cópias

Essa lista apresenta outra curiosidade. A autora Agatha Christie é a única que possui dois títulos entre os que possuem mais de 100 milhões de cópias vendidas: O Caso dos Dez Negrinhos (mais vendido) e And Then There Were None (Título em português do Brasil: E Não Sobrou Nenhum). Todavia, ao que tudo indica – e você leitor me corrija se eu estiver errado – ambos são o mesmo livro que teve outros títulos também em inglês e surgem aqui como se fossem dois títulos distintos. Acredito que grandes parcelas de venda sejam comuns aos dois títulos provocando um erro de classificação.

Por hoje é só!